AC

Desde que me conheço por gente que queria ser Mãe, e quis o meu destino que esse desejo fosse difícil de concretizar...

Em outubro de 2017 depois do segundo ciclo de FIV que não resultou numa gravidez, encontrei a PsicoFértil.

Sentia-me perdida, precisava de partilhar com alguém o que estava a sentir, mas tinha de ser alguém que percebesse o que estava a passar, todo o processo, a linguagem técnica, as alterações de humor, a loucura das hormonas, os sentimentos de culpa por não estar a conseguir "cumprir" o propósito de uma vida....

Tinha uma série de perguntas sem resposta, sem explicação… e essa angústia de não ter uma razão para o que nos estava a acontecer foi-me destruindo por dentro aos poucos…

Para além de tudo isto, que é comum a todas as mulheres com problemas de fertilidade, eu, que trabalho numa escola pública e me via confrontada com a maternidade diariamente, reconheci que apesar de adorar o meu trabalho, estar ali com aquelas crianças e com as suas famílias era como estar constantemente a "levar socos no estômago"...

Não queria estar ali, não queria brincar com os meninos e meninas do meu grupo, não queria que mais ninguém me perguntasse “para quando um bebé?”, não queria ter contacto com nada que me lembrasse o que tanto queria e não conseguia…

Ficava com um nó na garganta de cada vez que mais uma mulher cruzava a porta da minha sala com a noticia de um bebé a caminho, as minhas colegas e as minhas amigas tinham receio de me anunciar as suas gravidezes, e eu não conseguindo disfarçar a inveja que sentia, achava-me má pessoa.

A verdade é que tive de aprender a equilibrar as emoções, se por um lado era difícil para mim por não conseguir engravidar, ficava genuinamente feliz pelo acontecimento na vida dos outros. Como o lado negativo estava a pesar mais, não transparecia essa alegria pela chegada dos outros bebés, apesar de me esforçar, e muito!

Com a ajuda da Dra Ana Magina, descobri como criar as ferramentas necessárias para me organizar, para me encontrar, para descobrir como tomar de novo o controlo da minha vida.

Aprendi a escolher os meus planos, e a perceber que se estava nas minhas mãos controlar uma série de coisas (comer bem, evitar stress, seguir a medicação, ....) havia uma série de outras coisas que não estavam nas minhas mãos e que devia aceitar esse facto.

Descobri em mim forças que não sabia ter.

Nas sessões que fiz, desconstrui-me para me construir de novo, mais forte e mais consciente de tudo o que nos estava a acontecer.

Aprendi a mediar as minhas expectativas, a preparar-me para o pior com o foco no melhor.

Hoje, sou grata por ter decidido procurar ajuda, em vez de aceitar os antidepressivos que a minha médica assistente me queria dar quando lhe falei das minhas angústias.

Com a PsicoFértil caminhámos por mais três ciclos, um diagnóstico de adenomiose (que apesar de assustador era ao menos uma razão para não conseguir engravidar...), exames, análises, estimulação ovárica, punções, embriões que não evoluíam, choro, desespero, mas também esperança, persistência, perseverança....

Em março de 2018 o nosso obstetra pediu-nos para fazermos uma pausa, para o meu corpo recuperar, e em setembro tivemos o primeiro teste de gravidez positivo....

Decidi manter as consultas durante o primeiro trimestre da gravidez, porque tinha medo de enlouquecer. Como era uma coisa que queria tanto, tive medo de passar a ter medo de tudo, medo de ir trabalhar, medo de ir acampar, medo de pôr a minha vida em pausa para que tudo corresse bem, tive medo de me anular em virtude de ser mãe…

Mais uma vez, o apoio da PsicoFértil foi fundamental para me organizar, e organizar a nossa vida familiar.

Sei que a minha história acaba bem, que a minha bebé hoje com quase um ano, foi muito desejada, mas deu muitas dores – sobretudo da alma – e muito trabalho a chegar aos nossos braços. Mas sou sobretudo grata pelo caminho que fiz, que me transformou na mulher que sou agora, e que se deve também às sugestões da Dra Ana.

Obrigada!

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PsicoFértil
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2020-04-29T14:23:59+00:00

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" ... Com a ajuda da Dra Ana Magina, descobri como criar as ferramentas necessárias para me organizar, para me encontrar, para descobrir como tomar de novo o controlo da minha vida, precisava de partilhar com alguém o que estava a sentir, mas tinha de ser alguém que percebesse o que estava a passar, todo o processo, a linguagem técnica, as alterações de humor, a loucura das hormonas, os sentimentos de culpa. Nas sessões aprendi a mediar as minhas expectativas, a preparar-me para o pior com o foco no melhor..."