ENDOMETRIOSE / ADENOMIOSE

A Endometriose é uma doença crónica que necessita de cuidados especializados, sendo caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do útero, afectando 1 em cada 6 mulheres em idade reprodutiva.

A Endometriose encontra-se associada com aspectos da Dor Pélvica Crónica, como à Infertilidade, resultando numa resposta ovárica reduzida, diminuição de ovócitos e qualidade comprometida, e numa elevada taxa de aborto.

As queixas mais comuns na Endometriose apresentam-se pela presença de cólica menstrual, dor na ovulação, infertilidade, dor na relação sexual, fadiga crónica, sangramento e inchaço abdominal persistente comprometendo muitas vezes alterações urinárias e intestinais.

A Endometriose para além de provocar alterações físicas também se torna nefasta em termos emocionais e afectivos.

O seu impacto é inevitável na saúde física e emocional como nas relações familiares e do casal, como nas sociais.

Como na maioria das vezes a Endometriose tem um forte impacto atingindo vários espectros na vida da mulher, existe por outro lado uma grande probabilidade da mesma também desenvolver depressão, não só porque aliado a todo o comprometimento físico, também sentem fadiga crónica, como atinge gradualmente a sua qualidade de vida.

Neste tipo de casos o papel do psicólogo é de extrema importância, não só porque escuta activamente a mulher que sofre desta doença crónica, como actua para minimizar o sofrimento, proporcionando estratégias complementares que a ajudem na obtenção da melhoria da qualidade de vida.

A Endometriose exerce um efeito adverso e negativo na vida pessoal e relacional da mulher, produzindo efeitos muito nefastos na sua saúde e bem-estar, por isso é importante sublinhar a necessidade de diagnóstico precoce, pois só assim se consegue actuar no sentido de diminuir o sofrimento e melhorar a Qualidade de Vida destas mulheres (O.M.S, 1964, E.U.A.).

No caso da Adenomiose, esta ocorre quando o endométrio penetra no miométrio, gerando um inchaço provocado pelo espessamento das células do miométrio que crescem, expandem e sangram.

A Adenomiose envolve apenas uma parte do útero, desenvolvendo-se numa parte lateral posterior do mesmo.

Embora nem todas as mulheres apresentes sintomas na adenomiose quando estes ocorrem são semelhantes aos da endometriose (dor na menstruação, ovulação e relações sexuais).

A adenomiose é uma condição difícil de diagnóstico e de tratamento, o que dificulta a concepção (infertilidade), uma vez que o útero e a sua parede é hostil, qualquer corpo estranho que se tente alojar, dificilmente se fixa.

Enquanto a adenomiose é mais localizada no miométrio (parede exterior útero) e sangra, no caso da endometriose, o tecido endometrial (reveste a parede interna do útero), promove o crescimento das células, expande-se e sangra com a diferença de se poder propagar e alojar-se noutros órgãos como a bexiga, rins, intestinos, ovários, trompas e em casos pontuais e raros, nos pulmões.

Neste sentido e para a mulher que possui estas duas condições na área da doença pélvica, possui um sofrimento muito intensificado uma vez que o endométrio acaba por ser uma “esponja” que sangra muito mais durante a menstruação, ocorrendo menstruações bastante dolorosas e bastante prolongadas.