PSICOGÉNEO

Modelo Psicogéneo (Pode ter Causas de origem psicológica)

A Infertilidade psicogénea admite a possibilidade de existirem factores psíquicos envolvidos na capacidade de concepção, quer sejam identificáveis inconscientemente ou de forma consciente muitas vezes acompanhados de sintomas orgânicos.

A maioria das mulheres assumem e consideram vir a ter filhos, mesmo aquelas que não têm a certeza de quererem.

A capacidade reprodutiva é um marco extremamente importante e marcante na vida de uma mulher, podendo afectar a forma como se sente em relação a si mesma.

Toda a capacidade convencional de gestão da Infertilidade normalmente centra-se no corpo da mulher, como uma máquina hormonal, o que em grande parte parece ignorar o lado emocional e até nutricional, responsáveis pelo equilíbrio físico e hormonal.

Algumas mulheres mostram-se ambivalentes quanto à maternidade, feminilidade e até ao marido que as acompanha. Por um lado, afirmam o seu desejo terem filhos e por outro comportam-se de forma inconsciente, como não querendo, racionalizando e justificando as suas atitudes e dificuldades.

Em mulheres sem razões de incapacidade anatómica justificáveis de infertilidade, alguns estudos recentes vieram demonstrar que estas possuíam alguns conflitos psicológicos em relação ao seu desejo pela maternidade, sendo que estes conflitos recaem muitas vezes no registo da ambivalência entre o desejar e o não desejar da vivência da maternidade.

Por exemplo, em alguns casos receando o medo pelas alterações quer da vida pessoal como profissional, confinadas ao facto de serem mães, às restrições que um filho possa impor, na dúvida persistente se irão ser “boas mães”, das mudanças físicas e implicações da gravidez no seu corpo e auto-imagem, etc.

Por outro lado, se uma mulher demasiado empenhada na sua carreira profissional, utilizando toda a sua energia e ambição pelo seu sucesso profissional poderá não ter recursos suficientes no seu organismo para assim garantir uma concepção e uma gestação tranquila.

Não obstante, não nos podemos esquecer que conceber uma criança é uma responsabilidade, um compromisso a dois, um acto receptivo e não tem nem deve ser sentido como uma “maratona” que deva programar na sua agenda.

Por último, mulheres com problemas de infertilidade têm características psicológicas e crenças demasiado rígidas identificáveis, inconscientemente absorvidas em relação à sua sexualidade, gravidez e vivência da maternidade, que embora em certos casos é suficiente para bloquear a fertilidade, é passível de ser compreendida e tratada.

Independentemente da opção que cada mulher tomar, é sempre livre de decidir a concepção, a sua capacidade de gerar e dar à luz, dando continuidade à extensão do que há em si, não precisando de lutar contra a mesma.