INFERTILIDADE CONJUGAL

INFERTILIDADE CONJUGAL CASAL BEBE COSTAS

A dificuldade em engravidar após 1 ano de tentativas sem sucesso revelam uma condição muito penosa para qualquer casal que queira ter filhos, afectando bastante o equilíbrio da sua vida afectiva, intima, pessoal e social ainda que exista a reprodução assistida como uma das opções válidas a ter em conta, o desgaste e o sofrimento é inerente a todo este processo, sendo que para isso é necessário que o casal dê um primeiro passo perante esse problema, aceitando a condição da infertilidade como algo que pode ser ultrapassado mas que para isso precisam de procurar ajuda, criando soluções e debaterem possibilidades de tratamento.

Para além de afectar a sua vida privada, sexualidade que gradualmente sofre alterações ficando cada vez mais condicionada à sua tentativa de procriar bem como o desejo inerente à presença / ausência de libido, que nem todos os dias é sentido do mesmo modo, condicionando o casal que a pouco e pouco de modo subtil, coloca-se numa condição que os tornará dependentes da fertilidade e dos dias férteis para conceber, fragilizando a sua parte emocional e particularmente a sua qualidade de vida.

Ao longo deste percurso que nem sempre é fácil de gerir, o casal tende muitas vezes a sentir desespero perante a suas tentativas, expectativas frustradas face ao seu desejo de se tornarem pais.

Porém é necessário que se recordem que apesar desta enorme crise conjugal que vivenciam dia após dia, mês após mês, a mesma um dia também irá terminar.

É necessário estabelecer o mútuo apoio, diálogo e compreensão, sobretudo face à diferente forma como cada um vivencia a sua impossibilidade de conceber um filho.

Tanto a Mulher como o Homem assumem distintos modos de encarar e aceitar a infertilidade e por isso é essencial conversarem, estarem atentos às necessidades e partilha daquilo que o outro sente perante a sua frustração e de como está a lidar com toda a situação, para que juntos e de forma construta consigam gerir melhor o stress inerente ao contexto, a angustia sentida pelos dois evitando o seu afastamento emocional e seus conflitos.

O suporte, o diálogo e a empatia são necessários e devem ser tidos em conta pelo casal para que melhorem a sua gestão emocional face ao problema da infertilidade, uma vez que estes factores psicológicos acabam por serem preponderantes na ajuda para que possam e consigam trabalhar a sua resiliência e assim ultrapassar esta crise que afecta tanto a rotina e qualidade de vida que o casal construiu ao longo do seu relacionamento.

Se por um lado as mulheres se encontram mais expostas tanto emocionalmente como hormonalmente ao longo dos tratamentos, também estão mais propensas a relatar sintomas de ansiedade, stress e depressão em comparação com os homens, não só pela pressão social, como no caso do homem, pelo seu papel tradicional na família, não evidenciando tanto a exteriorização dos seus sentimentos, reservando mais para si, por vezes em silêncio, o seu sofrimento e desgaste emocional.

Ainda que muitas das vezes a realidade da maioria dos casais que enfrentam o problema da infertilidade encontre uma inevitável crise que abala a solidez de qualquer relacionamento, potenciando muitas vezes a discussão e a divergência entre o casal, seja por questões de desgaste emocional, frustração, ou pela angústia sentida, isso não quer dizer que seja necessariamente nefasto para a relação. É nesse momento que é necessário que consigam parar e procurarem ajuda especializada, para repor o diálogo, compreensão e confiança, resgatando o equilíbrio e a cumplicidade do casal, devolvendo uma nova autonomia ao casal para que juntos e mais fortalecidos consigam ultrapassar melhor a vivencia da sua infertilidade, alcançado novas perspectivas que até ao momento seriam imponderáveis.