Engravidar nos dias de hoje

Adiando a Maternidade . . .

Queremos Engravidar mas . . . tudo isto poderia ser bem mais simples, se não assistíssemos cada vez mais a rotinas apressadas, competitivas, indiciando relações construídas sobre uma base de compreensão cada vez mais intolerante e pouco flexível, onde os casais também acusam maior desgaste emocional.

Na época em que vivemos, engravidar parece ser uma tarefa cada vez mais difícil de concluir.

Alguns casais sem se darem conta no dia-a-dia, passam por cima de muitas coisas e uma delas é o cuidado e compromisso com a saúde, corpo, e mente assim como as emoções que estão relacionadas com a nossa capacidade reprodutiva, como a alimentação e hábitos de vida.

Com tudo isto fintam-se anos, meses e nem sempre conseguimos engravidar, sendo o casal aconselhado a pedir ajuda médica especializada para que possam realizar sonhos desejados a dois, em metas de vida que foram bem definidas e tão bem programadas, como sendo o melhor momento para se estabilizarem e viverem a parentalidade.

Se por um lado dispersar não ajuda, consultando várias opiniões de especialista, sugestões de familiares e amigos, por outro lado manter o foco também parece atrapalhar a concepção, no sentido em que “obriga” o casal a reorganizar a sua dose de empenho quanto a escolhas de prioridades, tempo e energia face aos tratamentos e seu desejo de terem um bebé.

Excesso de recursos existentes em redor do casal, na maioria das vezes acabam por ser contraproducentes face ao excesso de informação que os levam por vezes a divergir tropeçando no stress, dando voz à natural ansiedade que dificulta a sua destreza perante o compasso de espera que lhes é imposto pelo tempo e expectativas face a cada tentativa para engravidar.

Por vezes nos casos de Infertilidade inexplicada, prestamos maior atenção à particular herança da história familiar de cada um dos elementos do casal, escutando as suas motivações, medos, crenças, expectativas face a esta nova mudança de vida e papeis parentais.

Existem muitos casais que querem de facto querem engravidar e conseguem, outros julgam conscientemente que querem ter filhos, mas ao mesmo tempo não querem ser inquietados na sua rotina pela alteração da condição de vida implicada face à escolha da parentalidade ainda que este sentimento não seja visível ou num plano consciente.

Quanto ao stress inerente ao desgaste que sentem em relação aos tratamentos e manipulação hormonal, este, não só deve ser avaliado como trabalhado juntamente com o casal, divergindo o foco, reavaliando as expectativas e restaurando a sua percepção de bem-estar no momento presente.

Embora muitos dos problemas para procriar possam estar confinados a uma vivência de ansiedade muito dura e com um impacto bastante significativo na vida de cada casal, por outro lado revela que muitas mulheres quando conseguem reduzir a sua ansiedade, também diminuem o seu foco sobre as expectativas futuras, reconsiderando alternativas não se culpabilizando tanto e sobretudo não comprometendo o seu metabolismo e o seu lado emocional, apreciando gradualmente o presente e suas transições emocionais, restaurando a sua qualidade de vida e a sua intimidade.

Existem vários ajustes a serem considerados no equilíbrio tanto físico como emocional do casal que enfrenta tratamentos de infertilidade e que nem sempre são fáceis de identificar.

A intervenção psicológica surge assim como uma ajuda, permitindo ao casal não só explorar como avaliar as suas necessidades e motivações ao longo do processo clínico, permitindo assim o controlo emocional e o restabelecimento da sua qualidade de vida.