Um estudo realizado por cientistas da University of Illinois, nos EUA, e publicado no “Journal of Lipid Research”, mostrou, num modelo animal, que o ómega-3 consegue inverter a infertilidade causada por uma deficiência genética, o que pode ter implicações no tratamento desta doença no homem.

“Na experiência, foram usados ratos que não expressavam o gene que codifica uma enzima importante no processamento do ácido docosahexaenóico (DHA) (presente no ómega-3).

A ausência deste gene torna os ratos inférteis, verificando-se uma produção muito baixa de espermatozóides, que são deformados e não têm mobilidade, ou verificando-se até uma produção nula”, explicou Manabu Nakamura, membro da equipa de investigadores.”Quando observámos a contagem de espermatozóides, forma e mobilidade, e foi testada a taxa de sucesso reprodutivo, verificou-se que os ratos que não processavam o ácido gordo não foram capazes de produzir espermatozóides”, disse Manuel Roqueta-Rivera, outro membro da equipa de estudo, citado pela Eurekalert.

Os cientistas também verificaram que os roedores com a falha genética apresentavam contagens extremamente baixas de espermatozóides e que, além da falta de mobilidade, os espermatozóides produzidos eram redondos, em vez de alongados, e incapazes de fecundar um óvulo.

Contudo, quando os investigadores introduziram ácidos gordos ómega-3 na dieta, os ratos recuperaram completamente a fertilidade.

Embora alguns estudos tenham sugerido que os homens com uma produção reduzida de espermatozóides e em que estes têm uma mobilidade baixa tendem a apresentar níveis inferiores ao normal de ácidos gordos, esta é a primeira vez que uma investigação demonstra a importância do DHA para a fertilidade masculina.

Os óleos gordos ómega-3 encontram-se sobretudo em peixes de água fria, como o atum, o salmão, a cavala, as anchovas, a sardinha e o arenque e em menor quantidade em alguns óleos vegetais, como a soja, sementes de linho e nozes.

Estudo publicado no “Journal of Lipid Research”