CASAL ENDO

 

A Endometriose e a sexualidade no casal têm sido abordadas em estudos mais recentes devido à importância crescente que este assunto possui na vivência conjugal.

A Endometriose é uma doença crónica, benigna que afecta cerca de 170 milhões de mulheres em todo o mundo, apresentando-se pela particular produção de tecido endometrial em diferentes locais do corpo, na maioria fora da cavidade uterina, como ovários, trompas, abdómen, etc.

Durante o ciclo menstrual este mesmo tecido, constituído por células endometriais, sangra bastante e faz-se acompanhar de cólicas muito fortes e frequentes assim como por alterações do humor evidenciando maior irritabilidade e interferindo com a libido e vida sexual do casal.

 

E de que modo isto acontece?

De que modo a Endometriose afecta a sexualidade do casal?

 

Na Endometriose se durante a actividade sexual existir o comprometimento da dor, consequentemente a regularidade da prática sexual e sua frequência também irão diminuir proporcionalmente face à intensidade dos sintomas ocorridos.

Ao longo do tempo a disfunção sexual vai tomando o seu lugar, instalando-se na sexualidade daquele casal, e muitas das vezes chega mesmo a antecipar certos sintomas responsáveis pela manifestação de algumas alterações emocionais como é o caso da ansiedade, stress e depressão.

Por vezes e de forma gradual, esses factores psicológicos se não forem avaliados e trabalhados pelo casal acabam por interferir de forma severa na sexualidade do casal, ditando o fracasso de futuras relações sexuais, potenciando a dor, o isolamento e o evitamento por parte dos pares.

No caso do Homem, a ocorrência de stress pode condicionar a sua capacidade espermática, tanto ao nível da quantidade como do volume do sémen, assim como o excesso de ansiedade muitas vezes poderá comprometer a falta de líbido e erecção, provocando um maior desajuste da sua função reprodutiva e satisfação sexual afectando o casal.

Por outro lado, no caso das mulheres com Endometriose também poderão apresentar um problema de infertilidade, acarretando dois tipos de problemas com implicações na sua sexualidade, ainda que diferentes muitas vezes complementam-se.

O que poderão os Homens fazer neste caso para melhorarem a sua vida sexual com a sua parceira?

Perante este tipo de problema, digamos que o diálogo e a comunicação são a chave essencial para desbloquear a sexualidade a dois.

Na Endometriose entender, escutar a sua mulher é essencial para juntos adoptarem outra postura e assim encontrarem uma forma diferente para tentarem manter uma vida sexual satisfatória para ambos.

Na maioria das vezes o recurso a algumas técnicas de relaxamento musculares é igualmente muito útil, possibilitando que o casal relaxe e redescubra o seu prazer nos preliminares de forma que no momento do coito seja menos doloroso.

Na PsicoFértil é frequente ouvirmos relatos de pacientes com Endometriose que tendem a perder o desejo, mesmo após algumas cirurgias, existindo algumas mulheres que ainda assim relatam não se sentirem totalmente aptas para retomarem a sua sexualidade.

A par disto existem outros indicadores que interferem no seu quotidiano da mulher com Endometriose:

  • Baixa Produtividade laboral;
  • Alterações do Sono;
  • Diminuição da sua Qualidade de vida;
  • Presença de transtornos emocionais, sobressaindo a Depressão e a Ansiedade como sintomas mais comuns manifestados nessas mulheres;

 

No caso da Endometriose é necessário diagnosticar precocemente a doença para minimizar o impacto e os danos da mesma e suas consequências, pois só assim poderemos actuar aumentando a possibilidades de sucesso na recuperação da mulher e menor prejuízo na vida do casal e sua sexualidade.

São poucos os casos em que as mulheres não conseguem voltar a ter uma relação com a sua sexualidade normal, porém quando existe dor no momento do coito, parece haver um tipo de registo subconsciente do trauma emocional e memória de experiências dolorosas, é como se o seu próprio corpo criasse uma capa invisível para se proteger de uma invasão uterina, acompanhado de espasmos musculares vaginais que muitas vezes dão lugar a disfunções sexuais como o vaginismo e a frigidez.

Nestes casos mais complexos em que a mulher se apercebe desta alteração que lhe causa sofrimento e limitações na sua sexualidade é necessário a recomendação de acompanhamento psicoterapêutico.

Porém o objectivo da terapia proposta pela intervenção da PsicoFértil nestes casos, é procurar diminuir a presença destes factores emocionais durante o processo psicoterapêutico, para que o casal gradualmente restabeleça a sua vida intima e a sua Qualidade de Vida.