DESEJO APEGO AMOR

Desejo, Apego e Amor

são considerados os três ingredientes das nossas relações.

 

Nos dias de hoje … damos conta de uma quantidade de relações que nem sempre são construtivas, acomodam-se entre a construção aleada da necessidade do outro e da divergência, acabando disfuncionais.

 

Por outro lado … existem outras tantas em que o desejo e o amor continuam presentes, ainda que por vezes o desejo possa diminuir, continuamos a amar o nosso parceiro.

 

Quando por vezes, em determinada altura da relação começamos a confundir o Desejo com o Apego, este último, pode geral grande sofrimento, algumas distorções cognitivas e emocionais, até porque em algum momento terei de me separar do meu objecto de desejo, que não é omnipresente.

 

Isto acontece quando nos convencemos que conseguimos o nosso objecto de desejo para sempre e que este consequentemente se transforma em Apego, trazendo para a relação uma mistura de sentimentos que se confundem, e nos causam dúvidas, desconforto e conflito.

 

Tudo isto pode ocorrer em situações, em que quanto maior for o Apego, maior é o sofrimento vivenciado, até porque este Apego com o passar do tempo pode-se transformar em aversão, porque em qualquer situação que surja ou que exista uma outra pessoa por perto, do objecto de desejo, esta, pode ser vista ou sentida como uma ameaça, potenciando uma reactividade negativa e destrutiva para com aquela relação, manifestando-se sentimentos, como Ciúme, raiva, ironia e aversão.

SEMANA DO AMOR

Por outro lado, sabe-se que a natureza do Desejo é a própria insatisfação, parece contraditório, mas até é passível de ser justificada se pensarmos nisto . . .

 

Por muito que consigamos satisfazer o nosso Desejo numa determinada altura da nossa vida, o mesmo, inevitavelmente irá diminuir ao longo do tempo, até que a satisfação seja resfriada ou quase anulada.

 

É nestas alturas que sentimos um certo desamparo, um vazio que não é logo percebido e não tarda por aparecer, acabando por culpar, cobrar e até rebaixar o nosso objecto de desejo (nosso parceiro).

 

Desejo e Amor são dois conceitos que identificamos em nós com alguma subjectividade, afinal nem todos desejam ou amam de igual modo.

 

Neste sentido é muito frequente misturar aquilo que representam em nós, sendo que são conceitos algo distintos no sentido em que:

O Desejo deve ser cultivado de uma forma saudável nos relacionamentos, até porque quanto mais eu conseguir satisfazer o meu desejo, mais irei desejar querer coisas novas e diferentes para voltar a estimular o meu interesse e consequentemente o meu nível de insatisfação, com aquilo que já possuo, irá sobressair.

 

O Apego possui um traço mais narcísico em termos de actuação, perante a auto-satisfação, recaindo na necessidade de saciar o Ego, levando o individuo a sentir a necessidade de atenção, carinho, dedicação total do outro, para se sentir preenchido.

 

Nestes casos existe uma clara projecção de manifestar, que a minha felicidade depende do envolvimento do outro.

 

Já no Amor existe a premissa de desejar a felicidade do outro, em que a mesma seja sentida pelo parceiro como uma manifesta e simples prioridade, que parece ser crescente e consolidada ao longo do tempo.

 

Apesar de ser muito frequente confundir estes conceitos, a forma como o entendemos e cultivamos deverá ser diferente, é importante sabermos dividir o entendimento daquilo que representam e significam nas relações, para que quando o Desejo se revele diminuto as relações não se entendam como terminadas ou que o Amor nelas foi alterado ou pior ainda, que desapareceu.